25 outubro 2020

2020 - Um ano difícil

     Bom, eu gostaria de começar a postagem olhando pro blog. Sim, assim como tu está fazendo, muito provavelmente, ao ler essa primeira frase. Olhando esse template, os links, hyperlinks e mais um monte de coisa que pode até soar legal. Mas, inevitavelmente, sabemos que parou no tempo... E nele, também vemos postagens que são um retrato do tempo em que foram escritas... Sabe que, às vezes, ao reler uma postagem ou uma passagem dela, me soa algo tão longe, tão diferente... E sabe qual a conclusão que chego? De fato, é algo longe, distante. Por mais que more aqui dentro da minha alma, permeie minhas memórias e faça parte do meu ser, do eu, daquilo que me compõe, é algo datado e tomado por um sentimento diferente daquilo que vivo hoje... E trazendo pro hoje, acho que posso começar a falar do tema da postagem que está lendo nesse momento.


    O presente. Acho que sabemos que, independente de que parte do mundo estamos, dificilmente esse ano será o melhor ano para nós. Sempre tem exceções, mas não vou me ater a elas. Estou falando de pessoas comuns como nós, que temos que fazer nossas rotinas com todas limitações impostas por uma pandemia maldita e que levou a vida de muita gente já... E, para que não façamos parte dessa tétrica estatística, nos cuidamos. Mas acredito que como eu, vocês devem sentir que parece que estamos em outro universo, onde as opções são limitadas, o mundo é um pouco menos colorido e se parece rotineiramente com a nossa casa... Até porque estamos passando mais tempo nela... 


    Acho que nunca imaginei uma realidade pintada desse jeito. Já pensei em coisa muito pior e mais trágica, mas desse jeito, onde parece que uma fenda temporal lenta e cruel nos envolve e faz a esperança ser o destino desejado, já que longe dela não tem muita coisa a que se segurar mesmo. Dias difíceis. Eu sei que já vou me repetir usando o nome daquele livro do John Fante, onde ele se remete ao ano de 1933. E eu, por minha vez, já usei em outro momento isso como nome de postagem... Mas cá estamos...


    Sinto muita falta daquilo que vivi... E um dos motivos que já concluí é o quanto eu adiei a minha emoção em nome do auto controle e deleguei a um futuro mais colorido aquela experiência que eu já podia viver nos momentos em que a vida passava... Isso faz eu sentir muita saudade, ter uma nostalgia tão triste e amarga de diversos momentos... Porém, ela também se pinta de cores radiantes, principalmente nos momentos onde estão ancoradas minhas memórias. Exemplo: lembrava da época em que eu ia nos eventos com a "Gangue do que não citarei", mas na qual eu fazia parte. Era legal demais, mas o desfecho sempre é aquele que sabemos fazer parte da vida: cada um seguiu seu lado... Entretanto, o que faz eu lembrar disso? Sim, as risadas, aquele apego ao dia ensolarado e que se tornava mágico das companhias certas para aquele momento... E daí vem a culpa... Sempre ela... Acho que se eu não fosse católico, pouco disso eu entenderia, mas assim sendo, tem alguma mão divina que mexe com a minha consciência e me lembra da culpa... E, a culpa nesse tipo de caso é aquela supracitada: devia ter vivido mais intensamente, agradecido mais, brigado menos, ter sido um pouco, mas só um pouco menos exigente com todos, ter me cobrado só um pouco menos, ter gravado mais os momentos com os textos (já que com câmera ainda não era viável financeiramente para mim...) E claro, o que não pode faltar no rol do nostálgico clássico, de carteirinha, do mais do mais: a falta de uma despedida decente para os momentos. Aquela coisa de filme, de brilhar na memória, nos sonhos...


    Contudo, o mantra que sempre me lembra que o vivemos é o presente (até porque não quero ter esse tipo de arrependimento sempre na minha vida [por mais que vá faltar tema para que eu possa divagar mais aqui...])! E nesse presente, alguns desafios estão dados: como voltar de forma definitiva ao mercado de trabalho, como voltar a forma física de outrora, quais habilidades aprimorar primeiro, como não desanimar com dias tão iguais e com cenas tão lamentáveis de falta de cuidado das pessoas... E é por lembrar que o presente é o que eu tenho, resolvi dedicar algumas palavras aqui com vocês, que se prestam a ler um BLOG! EM 2020! Admiro o teu esforço e agradeço de coração a ter chegado até aqui... 


    Por fim, quero agradecer a todos que ainda fazem parte da minha vida. Aos amigos que mandam aquela foto ou vídeo lembrando de alguma bobagem que já rimos. Daquela música que traz a memória tantas coisas que já foram ditas e vivenciadas. A todas indiadas que estamos planejando pós isso tudo... Saibam que sou grato por tudo que já fizeram e fazem para se fazer presente na minha vida, por mais que pareça (e eu sei que parece muitas vezes) indiferença nas minhas respostas. Mas, acreditem: estou de cabeça erguida e lutando para que esse ano difícil traga uma pessoa cada vez melhor para se conviver. Me orgulho de todos amigos que ainda tenho. E agora, deixo uma música que faz eu sempre pensar nesse mantra de viver o presente, de ser e estar na vida. Tanto na minha como na daqueles que amo tanto: meus amigos. E ah! Antes que eu esqueça: terá um chá de casa nova após tudo isso! Eu e minha excelentíssima amada Camila estaremos aqui para receber e promover mais memórias para o futuro, para que possamos rir e lembrar delas com carinho.


OBS: Não sei se ela vai ler isso, mas Camila, sei o quanto te devo aquelas cartas e o quanto distante pareço, mas estou aqui sempre. Mesmo com todas dificuldades que passamos, saiba que o meu amor por ti permanece imutável. Logo logo, nossos sonhos estarão mais perto do nosso dia-a-dia! Te amo, sei que as cartas ainda estão pra trás, mas resolvi avançar para alguns anos e chegar na era do Blog e dedicar esse paragrafo para ti! Te amo, my luv! =********


Be Here Now - George Harrison


Remember, now, be here now

As it's not like it was before

The past, was, be here now

As it's not what it was before - it was


Why try to live a life

That isn't real

No how

A mind, that wants to wander

'Round a corner

Is an unwise mind


Now, is, be here now

And it's not what it was before

Remember, now, be here now

As it's not like it was before - it was



14 julho 2019

A Unisinos FM e o Tremeredomal...


Era meados de 2004 e eu ainda estudava no Parobé e começava a descobrir muita coisa nova no meio da música. Estava indo mais para a capital, conhecendo as casas de show, descobrindo bandas novas e ainda a  MTV era algo que trazia muita informação sobre música. Nesse meio de coisas novas na minha vida, descobri uma rádio que era relativamente nova perante a Ipanema e a Pop Rock (rádios bem consolidadas e conhecidas entre a gurizada): a Unisinos FM. Era uma rádio universitária e um pessoal reclamava dela por ela ser meio “alternativa” demais. Comecei a ouvir e gostei, porque a programação dela era bem diversificada. E sobre ser alternativa: era mesmo, na época achava Beatles uma banda como qualquer outra, então trazer coisas diferentes era algo que me agradava e bastante, não queria ouvir coisas que todo mundo ouvia.

E a partir daí, muita coisa mudou. A rádio me mostrou MUITOS artistas e músicas incríveis, inclusive os Beatles, que eu já conhecia, mas não aquela música que era necessária para que naquele momento fizesse eu despertar e aguçar minha audição. E em 2004, a Unisinos FM fez isso: tocou em sua programação a faixa I Want You (She’s so Heavy). E a partir dali, os Beatles entraram na minha vida de fato.

Nunca esquecerei aquela festa da Unisinos FM em 2006, onde fui apresentado a diversas bandas lá no ginásio municipal de São Leopoldo. Fomos de gurizada, encaramos todas as voltas que o TM3 dá no mundo até chegar lá e foi muito afude! E conheci uma banda chamada Superguidis. De 2006 até 2011, as idas a show tiveram outro sentido depois de conhecer eles.

Foram tantas bandas, tantas lembranças e tantas coisas que a Rádio me deu. Até na literatura, descobri tanta coisa com os clubes do livro com o Rodrigo de Oliveira e a Camila Kehl (a melhor dupla do jornalismo brasileiro)! Foram tantos momentos que, de alguma forma, a rádio se fez presente. Já era parte da minha vida, tanto que eu senti saudades quando não conseguia ouvir tanto em alguns momentos (geralmente por questão de trabalho)...

Pra mim, a Unisinos sempre foi aquele primo legal que te fala de coisas que tem no mundo, aquele que gosta das mesmas coisas que tu , que te ajuda, orienta, é tão plural e complexo que admira... Enfim, e essa rádio acabou. E com ela, fica tantos momentos legais na minha memória,  daquilo que vivi e recordo com muita alegria de tudo que foi proporcionado por ela.

Quero deixar essa postagem como uma SINGELÍSSIMA homenagem a importância da rádio na minha vida, mas que tenho a convicção que foi importante na de muita gente que, de alguma forma, via a música como um meio de mudança. Então deixo o meu muitíssimo obrigado ao Rodrigo de Oliveira, a Camila Kehl, ao Alemão Vitor Hugo, a Vanessa Ioris, ao Caubi Scarpatto, ao Jimi Joe, ao Porsche, Kátia Suman, ao Tomas Bello, ao Leandro Vignolli, a Fernanda Franzon, ao Porã e tantos outros que foram amigos, professores, companheiros de banda e me mostraram TANTA coisa legal. Espero ainda poder ver todos vocês um dia desses, agradecer devidamente e abraçar à todos.

Muito obrigado, Unisinos FM : vocês fizeram minha vida mais feliz, mais inteligente e interessante! Até logo, amo vocês! =’]

30 setembro 2018

Superação

E aí, gurizada! Resolvi fazer minha atualização anual do blog! E vamos para as ironias: venho fazer isso na parte do ano que mais estou ocupado! lol Mas me sinto bem. Finalmente voltei ao mercado de trabalho! Muitas das sensações de estar no limbo da produtividade são escanteada. Me sinto bem melhor, mais confiante, volto a pensar no futuro... Sonhar com algo melhor é bom! Posso sentir isso de novo...

Mas a vida é realmente muito incrível. Ela muda tanto. E mudamos tanto com ela... Eu me lembro do tempo do colégio, onde eu me achava muito inferior aos meus colegas. Parecia que todos podiam ter sonhos, seguir eles, se superar, realizar, fazer... De fato, verbos na vida. Mas eu não. Eu era um objeto que só assistia. Um NPC, digamos assim... Mas daqueles que, nos roteiros, nasceu pra se dar mal, se frustrar, etc... Depois de muitos anos, consigo confiar em mim. Claro, sei das minhas limitações, sei que tem muita coisa que está longe de mim... Porém, sei também que posso. Sei que tudo tem a chance de acontecer, talvez não na intensidade que eu gostaria, ou na quantidade, não exatamente aquilo que projetamos... Mas posso acreditar.

É tão bobo ler isso ou pensar que tudo pode parecer tão óbvio. Mas, de fato, não é. Aceitar tudo isso é um processo longo e que pode mudar de direção a qualquer momento. Vou curtir por hora isso e aceitar: tem coisa bala a ser feita! Uma delas será a prévia do meu aniversário. Essa festa que eu faço há mais de 10 anos (quase 20, na verdade) é uma das coisas que eu mais insisti na vida desde que comecei a tocar algum instrumento e descobri a música na vida. E semana que vem, no dia 07, quero fazer um experimento bem ousado aqui: vamos testar alguns equipamentos, iluminação e uma transmissão ao vivo disso tudo... Sim, sempre sonhamos com isso e agora acho que dá... Algumas coisas podem demorar, mas chegam... ^_~

Enfim, ainda sigo várias das minhas cruzadas com meus dilemas, dúvidas, como se estivesse no meio de um universo de infinitas possibilidades. Ou em uma das reflexões de Martin Fierro... Ou ainda em uma das reflexões do Murakami. Mas só de pensar que posso estar escrevendo uma história, um novo desfecho... Isso por hora me deixa feliz. Que venham as dificuldades, as tristezas para que eu possa rir disso tudo mais uma vez.

Obrigado por não desistirem do blog ou de mim, eu não vou desistir de vocês, do blog... E nem de mim. Até mais e nos vemos semana que vem, seja pessoalmente, ou pelo Twitch! \m/


Yo vengo a ofrecer mi corazón - Fito Paez


Quién dijo que todo está perdido

Yo vengo a ofrecer mi corazón
Tanta sangre que se llevo el río
Yo vengo a ofrecer mi corazón

No será tan fácil ya sé qué pasa

No será tan útil como pensaba
Como abrir el pecho, y sacar el alma
Una cuchillada de amor

Luna de los pobres siempre abierta

Yo vengo a ofrecer mi corazón
Como un documento inalterable
Yo vengo a ofrecer mi corazón

Y uniré las puntas de un mismo lazo

Y me iré tranquilo, me iré despacio
Y te daré todo, y me darás algo
Algo que me alivie un poco más

Cuando no haya nadie cerca o lejos

Yo vengo a ofrecer mi corazón
Cuando los satélites no alcancen
Yo vengo a ofrecer mi corazón

Y hablo de países y de esperanzas

Y hablo por la vida, hablo por la nada
Y hablo de cambiar esta nuestra casa
De cambiarla por cambiar nomás

Quién dijo que todo está perdido


Yo vengo a ofrecer mi corazón