13 julho 2017

O dia do \m/


Primeiramente, quero pedir desculpas para o meu blog. Eu ando deixando ele beeeeeem de lado. Mas a bem da verdade, é como aquele amigo de infância: nós o amamos, continuamos sendo amigos dele, mas a rotina e os fatos novos da nossa vida nos afastam dele. Mas o sentimento segue, bem como o compromisso em fazer aquela prometida visita. Pois bem, a minha visita ao blog é hoje! lol

Nos últimos dias, eu venho refletindo sobre a música, sobretudo a participação dela na minha vida. Obviamente, eu sou uma exceção nos dias atuais quanto ao tema. Eu ainda sou aquele que gosta dos detalhes da música, de ouvir álbuns, de saber detalhes de estúdio, de conhecer curiosidades, etc... Não é o perfil médio da gurizada: obviamente, o tempo flui diferente na concepção dos jovens dessa geração. É um papo de velho, mas faz sentido.

E sempre que penso sobre a música, é claro que me vem o rock na mente. Não pela maldade que me é inerente, mas porque realmente é difícil pensar na música contemporânea ignorando o estilo. Eu proponho uma breve reflexão sobre o surgimento do gênero musical: ele é uma variante do blues e se estabeleceu... E esse foi o mérito! Sim, porque outros tantos estilos como o Skiffle se perderam no tempo... Mas o rock seguiu. Podem-se apontar diversos fatores, como uma década onde muitas mudanças sociais vinham acontecendo no mundo todo e um mercado que estava ávido pelo consumo de novidades... Mas além disso, o ponto que destaco é: o rock mudou. E não mudou per se, mudou junto com tudo que aconteceu. Se tu está lendo meu blog, tu deve saber o quanto gosto de Beatles. Então pego um exemplo da carreira deles pra ilustrar: olha o quanto os Beatles transitaram em experimentos e estilos na música! E o rock manteve essa essência: de mudança.

Calma, não estou dizendo que o estilo não tem identidade ou personalidade, é exatamente o contrário: ambas são necessárias para poder mudar, crescer, se adaptar. O rock cresceu e faz parte da cultura pop em todo o mundo. Mas o que mudou? Bem, no meu ponto de vista e de algumas pessoas que estudam o processo mercadológico bem como cultural, é o seguinte: a forma de consumir música mudou. Não digo necessariamente as plataformas, mas as pessoas vem a música sob outro aspecto, diferente de décadas passadas. Vou tentar sintetizar: imagina tu, um jovem na década de 60. Qual era a forma que tu tinha de se divertir ou se entreter? Literatura, teatro, artes em geral... Mas e a música? A música, naquela época, que a gurizada curtia era o rock. Era o rock que falava dos seus anseios, sonhos, dilemas, dúvidas, tristezas... E de uma forma muito ampla, o que congregava multidões de pessoas a quererem entender e se ver nos dilemas propostos nos refrões que eram cantarolados por aí... Poxa, mas isso não é exatamente o que buscamos: conhecer-nos, pensar como sermos melhor, como indivíduo e sociedade? Bingo! O rock conseguiu isso: trazer para sua linguagem o anseio daquelas e muitas outras gerações!

Alguém deve estar se perguntando sobre o que mudou... Daí depende do ponto de vista, mas um fato é que os meios de comunicação são mais fragmentados. E isso acabou com aquela estrutura do showbiz da música, onde tu tinha GRANDES bandas em todos os meios de comunicação. O Pearl Jam usa a mesma plataforma de divulgação de vídeos que eu (o famigerado Youtube, por exemplo). Isso era IMPENSÁVEL há anos atrás... E essa proliferação coincidiu com o último movimento musical em forma de fenômeno musical que ocorreu: o grunge na década de 90.

Então pra encerrar o assunto: o rock não tem o mesmo espaço COMERCIAL que tinha há anos atrás. A síntese do Pop não é mais o rock, mas sim o Hip Hop... Mas diferente do que se pode erroneamente inferir, o rock ainda existe. E essa é a minha conclusão: existe porque ele também se transformou e vai continuar se transformando. Ele não é mais aquele blueszão que o Chuck Berry mudou, com certeza! Mas nem por isso deixa de ser rock! A essência do estilo continua transformando mentes, trazendo reflexões, reivindicações ou simplesmente fazendo a gente querer bater o pé no ritmo que o coração está compassado... O importante é saber que o mundo é outro, mas os nossos anseios continuam os mesmos há muito tempo.


Long Live Rock 'n' Roll! \m/