16 novembro 2010

Maybe I'm Amazed

Eu lembro de 2005, final de novembro, eu meio desiludido mais uma vez pelas minhas condições financeiras precárias: não iria ao show que eu tinha sonhado tanto, o show do Pearl Jam.
Mas minha Madrinha sempre esteve ao meu lado e sabia o que eu queria: ela me deu como um presente de aniversário o ingresso para o show! Simplesmente, foi o show que mudou muito dos meus conceitos sobre apresentações ao vivo, principalmente de apresentações internacionais.
No começo de 2005 eu tinha recentemente visto um DVD de uma banda que eu nunca tinha dado o merecido mérito: Beatles. O DVD se chamava Beatles Anthology e contava a história do quarteto mais famoso da história do Rock. É, 2005 foi um ano importante mesmo.

5 anos depois eu teria a oportunidade de ver um desses caras dessa banda em seu show. Paul McCartney, quem diria, estaria vindo para Porto Alegre. Quando foi divulgada a notícia, o espanto foi geral. Ninguém acreditava ou mesmo dava crédito para tal informação. Lembro que algumas pessoas riram de mim quando eu falei da hipótese do show em Porto Alegre, mas achavam mais fácil o John Lennon fazer show aqui que o Paul.. Está certo, agora me avisem da pré venda dos ingressos do John que eu estarei lá na fila! =D

Mas foi uma expectativa gigante e ela só cresceu a partir do momento que compramos os ingressos. O Haru e o Yahiko que ficaram lá na fila e fizeram essa gentileza para a gurizada, mas eu senti que seria algo muito tri quando eu cheguei na fila nesse dia, eu já sabia que seria algo incrível! As pessoas estavam emocionadas pelo fato de conseguirem o ingresso... Só por conseguir o ingresso! E isso contagiou!
A partir daí, se iniciava uma contagem regressiva que era ao mesmo tempo agoniante e empolgante, pois ela aumentava toda expectativa em torno do show.
Chegou a hora derradeira: a semana do show! Acho que pela quinta de noite, nada que eu fazia conseguia me dar concentração o suficiente para pensar em outra coisa além do show. Eu tinha planos de sexta ir no aeroporto ver a chegada do Paul, mas meus planos foram frustrados por causa de um serviço que, como sempre, foi mal planejado e acabou tendo que ser feito pra ontem.

Saí do serviço e fui pra aula. Ao menos tentei. O Jackson tinha me ligado antes pra irmos lá na frente do Hotel Sheraton pra ver como andavam as coisas lá e, obviamente, ver se o Paul tinha passado por lá ou passaria coincidentemente no momento.
Acabou que só vimos uns fãs na esperança de ver o Paul, fomos pra cidade baixa comer algo e fomos para fila. Acho que o show começou aí.
Foi uma experiência impar na minha vida: ir para a fila de um show dois dias antes dele acontecer, sem conhecer praticamente ninguém e passar por condições adversas como frio, sem ter local direito para ficar ou sentar... Mas eu sabia que essa era a hora! Que outro show me empolgaria a tal ponto para eu me dispor a tal situação?
E o resultado foi ótimo! Conheci pessoas muito legais, que sabiam agir em grupo e que gostavam do Paul e aguardavam ansiosamente pelo show... Realmente, muito tri! =D

No sábado a tarde, eu achei um dos melhores momentos, porque tiveram duas situações que eu gostei bastante:

1° - Roda de violão para tocarmos Beatles/Paul McCartney: foi muito legal, os caras sabiam TUDO, então era só falar e eles puxavam a música e eu dava um jeito de acompanhar! =P

2° - Passagem de som: foi quase um show para fãs, dado o número de gente que lá estava e como se passou a situação. Fantástico!

Domingo foi o dia derradeiro e o mais cansativo. Solzão no lombo, pessoas enfileiradas tipo gado indo pro abate... Mas isso não era o suficiente pra abalar a vontade de ver o show!
Vi uma gurizada conhecida passando por lá!
E de tarde, outra passagem de som, pena que eu mal e mal conseguia ouvir, pois havia MUITO movimento de pessoas passando. E a ansiedade só aumentava conforme o tempo passava... Até que se abriram os portões!
Cenas muito interessantes, como as pessoas correndo em direção ao gramado para garantir um lugar melhor! Eu apesar de ter ficado bem na frente (dentro das limitações do ingresso), acabou que eu não fiquei por lá. Eu não estava tão preocupado em onde ficar. Eu tinha plena consciência que o lugar onde ficaria não seria o fator determinante para o que eu almejava. O que eu almejava eu já tinha alcançado: ir no show. Onde eu assistiria era pouco relevante... Se eu tivesse que assistir em cima de um banheiro químico, ainda estaria feliz. =D

Pouco antes do show, ainda mudamos de lugar mais uma vez. Foi A quest: correr em direção opostas a multidões que se deslocavam para o gramado, enquanto corríamos para o lugar ainda vago no estádio: canto direito do anel inferior! Cansei pra caramba, mas foi divertido, apesar dos pesares! =P
E o Paul subiu no palco! Foi súbito, quando eu vi, lá estava lá, acenando para toda aquela multidão! E o show já começou com um meddley venenoso de Venus and Mars/Rock Show/Jet!
Os momentos que foram especiais para mim no show foi nas músicas My Love e Here Today, na qual meus olhos ficaram cheios e minha garganta apertou...
O show em si foi um espetáculo, mesmo com a ignorância das pessoas vaiando a bandeira do Brasil e a guria que subiu no palco (por ela ser de Florianópolis e, obviamente, por se morderem de ciúmes) o show foi simplesmente algo... impressionante!

Eu tive a felicidade de conseguir tirar uma foto que vai ser eternizada na minha mente.

Após tudo isso, relembro o DVD do Beatles Anthology, especificamente a parte 8, quando meus olhos se encheram de lágrimas. Acho que esse tipo de emoção é tão especial que consegue fazer tu se sentir tão bem que tu consegue forças pra superar várias barreiras do dia a dia. A semana seguinte ao show foi difícil, cheia de dilemas, mas graças aos ares do final de semana, agora está tudo bem.
É tão bom se sentir como uma criança novamente. Depois de muito tempo, consigo sorrir com um pouco de inocência.


Essa postagem com certeza foi meio longa, até pensei em fazer ela de uma forma mais poética, mas resolvi me diferenciar da Laura... Não conseguiria fazer algo com tal maestria! ^_~

E pra encerrar, a música que expressa o lado bom dos meus novembros negros.


Free as a Bird - Beatles

Free as a bird,
it's the next best thing to be.
Free as a bird.

Home, home and dry,
like a homing bird I'll fly
as a bird on wings.

Whatever happened to
the life that we once knew?
Can we really live without each other?

Where did we lose the touch
that seemed to mean so much?
It always made me feel so...

Free as a bird,
like the next best thing to be.
Free as a bird.

Home, home and dry,
like a homing bird I'll fly
as a bird on wings.

Whatever happened to
the life that we once knew?
Always made me feel so free.

Free as a bird.
It's the next best thing to be.
Free as a bird.
Free as a bird.
Free as a bird.

4 comentários:

Laura disse...

Oh, que bonito =)
Gostei!

Ariane K. disse...

"I'm a falling stone in a world of glass
I'm a ticking bomb with a smiling mask..."


César...

Será que em sua mente, ainda existe alguma lembrança de mim?

Como é gostosa a sensação de sentir a sua felicidade! Ainda mais, de encontrá-lo depois de tanto tempo e ver em como vc está feliz, do msm jeito cativante de sempre, e melhor ainda, recém-saído de um grande momento de sua vida =D

Incrível, eu lembro de vc gostar de Beatles bem antes de 2005, será que estou enganada? Assim que soube do show do Ex-Beatles, de imediato lembrei-me de vc e bateu muitas saudades. Do que ocorreu e do que não ocorreu.

Saiba, que nunca esqueci de você, e sempre gostei da amizade que vc me ofereceu e dos bons sentimentos que consegui "extrair" de você.

Espero que esteja muito bem, na verdade nem tenho dúvidas em relação a isto!

Eu te desejo tudo de bom, que a vida lhe proporcione boas surpresas a cada dia que passa. Que novas e boas pessoas passem em sua vida, oferecendo mais brilho do que você irá oferecê-las naturalmente.

Você é um rapaz bem especial, ficará para sempre em meu coração, e sempre será responsável por momentos/memórias especiais^^
Beijos carinhosos...

Unknown disse...

Belas palavras para descrever tantos momentos especiais que o show e tudo que girou em torno dele nos proporcionou.

Também legal ver que o show desperta sentimentos diferentes em cada um. Imagino que isso se deva ao momento em que cada um ouviu a banda e o que as músicas disseram naquele momento.

Abração!

yahiko disse...

Jet! Ooooo...
Mas é, foi uma das coisas mais marcantes da minha vida, ainda acho inacreditável que estive lá e vi o show do Paul.
Nem tenho como te agradecer cara, tu me deu ingresso, do nada, locão, talvez eu tivesse que vender coisas aqui em casa, sei lá eu o que eu teria feito pra ir no show, talvez nem tivesse ido, mas tu fez esse sonho possível magrão! Não tenho nem como agradecer!

Mas é Beatles foi uma banda que sempre achei tri, mas nunca dei o merecido mérito, até que um dia do nada comecei a ouvir toda a discografia que tu tinha me gravado em UM CD de aniversário, meu aniversário de 18 anos, e comecei a ver que realmente tinha algo de diferente neles, dai baixei o beatles Anthology e deu.
Ali estava eu pegando meus discos de vinil e ouvindo naquele radio velho e chiado.

Mas então, o show foi algo além da minha compreensão, Paul é mestre, um showman, a simpátia em pessoa, o cara sabe como conduzir um show, eu já sabia disso, assistindo um dvd tu vê isso, mas ao vivo é diferente, tu não acredita que está acontecendo.

Vou encurtar as coisas que ia falar, pois iria ficar postando aqui infinitamente, mas o show fez eu querer ouvir mais a carreira pós beatles do Paul, já conhecia algumas músicas, mas fiquei com aquela sede de querer ouvir tudo, conhecer tudo. Acho que do show, só não conhecia umas 3 ou 4 músicas e admito que a música que eu mais esperava nem era dos Beatles, mesmo sendo mais fã de Beatles. Não era Live and Let Die, com todas aquelas explosões que já tinha visto em dvd, e que é inacreditável ao vivo.
Foi Band on the Run, essa música tem uma grande energia ao vivo e foi um dos momentos que eu mais esperava no show.

Infelizmente acabou, mas fica as lembranças de toda essa festa, que começou dias atrás na fila e terminou nos dizendo que no fim, o amor que ganhamos é igual ao amor que damos. ba tri